quinta-feira, 30 de junho de 2016

cicatriz

meu relógio quebrou,
o ponteiro esta voltando.
Estou emagrecendo e corando.
palavras jogadas só fizeram sentido
quando era desconhecido
meu entendimento
de reler o que escrevo.

Pareço o menino sarnento
que procura onde brincar
que pia estourar e lembro
de ser diferente do que sou;

sonhar menos, amar menos
até viver menos
parece necessidades que os anos
nos somam.

mas meu relógio quebrou.
pretendo voltar a ser;
meu ego cansou de esperar
a hora certa chegar.
Só soltar palavras não dá, desembucha
vida, sai porta a fora
porque a chuva esconde o sol

mas ele continua queimando.

O limite!

Parece mais triste e longo
o que passou;
Quando estou sozinho
romantizo estar contigo.
Cá estou prozando e tu dormindo
em meu travesseiro, em minha cama.

O que passa na cabeça de
tão lindo animal, copular com tamanho
neandertal como eu?
Tão travesso incansável
e tento viver do seu cheiro.
Te faço me espremer

Saracotear a noite inteira não tem sentido
se não posso te amar no amanhecer,
te acordar e me encantar
com a careta mal amada que me olha.
Acordas como o diabo dorme
igual o anjo, insistente e belo.

Me olha buscando o finito
não porque acredita que tudo acaba;
mas o limite humano te atrai;
porque no limite nos mostramos criativos
no limite é quando somos realmente
ilimitados, não?

Esta atrás d'eu

A gota da água
é tão inocente como
qualquer outra queda.

Graciosa antes do impacto

Não vejo saída
se não ser como a gota
que mata sua sede

nutri a terra do seu alimento.

Sou senão parecido
com o mar que te engole
e morre, evapora em seu calor.