quinta-feira, 30 de julho de 2015

Palavras ao vento

É clichê se referir a mudança das estações quando tento explicar o quanto amo vocês duas, não a lugar ou alguém pra desabafar, as pessoas não sabem desabafar Avó's, onde quer que estejam, sei que lerão e algum defeito terá porque eram duas cabeças duras. É complicado explicar pr'eu mesmo que não existe como matar essa saudade, que o orgulho de lhes amar irá apenas aumentar, lembro da pele seca, do sorriso antigo, envelhecido pela vida, das idás e vindas e aquela faixa de segurança tão grande que lhes faziam demorar uma vida à atravessar, seja como for e onde estejam, que caminhem e amem como já foi feito e esquecido, que seus beijos, que o coçar nas costas continuem em seus corações pois estarão junto ao meu peito até o fim de meus dias porque são minhas mães, avós e mundo. Vida não se torna insignificante com a morte mas sim gratificante, o que torna a vida insignificante é a lembrança que não envelhece, aquela onde a luz é mais duradora que o sol, o abraço é mais seguro que calor, a vida mais rápida que uma memória.
          Que insignificante é minha vida ao lado das grandes memórias que tivéssemos, eu amo vocês e são poucos os dias onde derramo uma lagrima pois tento deixar suas almas em paz, mas hoje elas caíram sem fim.

domingo, 19 de julho de 2015

Certas

Certas manhãs
no despertar calmo
me acertam
com o passado,

se no sonho
monto  a cavalo
dele eu caio
se no sonho

beijo o sapo
nele tu é princesa.
Certas manhãs
acertam a ceta

terça-feira, 7 de julho de 2015

rasgo

tem doçura demais
nessa tua boca fina;
esse teu cabelo

espesso buraco
de meu peito,
que resolveu dar

proveito.
Foi uma noite do
limiar das eras

eras tu, eu,
eras vida e mentira,
o sabor da inocência.

Te encontrei ali,
nada tímida, nada só.
Já eu pudera

ser mais só
apenas no desvaira da vida,
pudera eu dizer

vívido de tristeza
nasci e morri
numa noite só

deixei de existir,
só lembrança agora
pra saudade matar.

Ando entre o cotidiano e a morte
falta vida
no ar que respiro
falta vida
na morte faminta que se aproxima.



soprar os dedos pro frio passar
levantar poeira não vai esquentar.