sexta-feira, 27 de novembro de 2015

você pensa que
conhece a dor
quando a gilete vagarosamente
rasga sua pele,

quando suas coxas nuas
contam mentiras
sobe vermelho.
Você se olha no espelho

em prantos.
Se abraça na mãe,
xinga o pai e pede
perdão.

pensas que a corrente
é interminável,
sua casa será sua casa
sua casa será sua casa.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Gole

Caindo ladeira abaixo
o fundo tão escuro,
sou como piche
grudo na goela

do desenfreado,
o andarilho nu de si
procurando as respostas
tagarelando os fracassos

e entornando meu corpo,
sentindo o gosto
CUSPINDO ÁLCOOL
por entre as palavras.

Se procurando e me encontrando
sou sua pergunta e a resposta
sou o piche
o rosto detrás do banco.

as presas, meio sem rumo, meio sem o que

O machado tem meu
peso tirando o fio,
tem o impacto
do meu peso

em sua mão
Toda multidão orgulhosa,
gritos e tomates
voando e percorrendo

todos caminhos, todas fugas.
A multidão
ovaciona pelo tombo
inocente e não tem

morto mais ardente
que a cabeça no chão
pisada, mijada, tocada
e jogada.
doze, onze, dez ou mil

atrás de uma bola, Tocam
pra cima, fazem gol de letra
procuram as linhas,
as linhas se fazem com suor

alheio. Mas a tinta vem
d'eu.
Não tendo bordô mais
real que o meu sangue.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Nós procuramos uma razão para nossos erros, nossas vidas precisam de uma grande explicação mas muitas vezes elas enganam as melhores intenções da alma. massagear meu teclado nunca pareceu tão macio e gostoso, exercício esse para falta de inspiração. Eu que geralmente comparava inspiração com dor, sinto tanta dor que os sentidos fogem as palavras e o correto é o descaso da vida. Já finjo nem saber o significado dessa última frase;
 

Rouca, pouca gula.

O gado preso
é um velho amigo
onde se torna verdadeiro
companheiro mesmo no abate.

Anda, arrota e caga
na propriedade todo
o tempo, como o grande
velho amigo

que divide o apartamento,
Abraçam a tristeza sobre
a grama cansados
de saber a futura separação.

Sou bem como o gado
que engulo, seco
sem água e sem cozimento.
Bem como o animal

que prende o grito no abate,
onde o orgulho seco
arranha o peito.
Soou como um mujo

meu grito,
e já sei amigo
vou ser abatido.
Não tem graça ser alimentado

não tem graça ser amado
ser refeição assada no chão,
mas a grama é verde
e meu estomago? um colosso.
Os ombros estão caídos
E seu grito me causa
avalanche peito
-abaixo.
Ainda desço degrau a degrau

beijo o chão,
andando na contra mão.
Não tem carro ao encontro,
transito todo morto.

Mas eu desço os degraus,
de novo na parada
-errada;
A chuva esconde as lagrimas
o tempo ás feridas

cada esquina tem uma de você
de joelhos.
o tempo parece um velho sonho
som é narração

de qualquer história.
Meus dedos já resvalam pra
escrever nossa história
mas ainda pego aquele velho ônibus

Ainda sinto o cheiro de saudade
no meio de uma manhã fria,
meus dedos congelam procurando
os seus, tão longes;