quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

nos dentes um rangido
de imediatismo
mais imediato que o tombo
um tempo que passa na contra-mão
de ricardo arvoredo
um senhor de pitangueiras e casos rápidos
com o tabuleiro
e cartas ou dominó.
que saudade das águas que banhavam
inundavam meu corpo.
seu joão
pescador de data
me ensino que no calo da mão
na paciência pro mar
você conhece o pescador.
-mar só serve pra pescar.
repetia joão com convicção!

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Existe

tem alguém me chamando
atrás da porta
-psiu psiu, guenther
abro-a
aqueles olhos flutuantes de harmonia
vieram pra me afogar no passado!

-de novo você, eu disse.
-de novo tu, ela repete.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Um breu nublado.

Ressoa a solidão
durante a escuridão..
Ressoa a merda da solidão
sem intervalo,
sem deliberação.

Encontro-me só.

Nos tempo
dos quanto ou
que sei lá dos que,
o amor de tanto
bateu em desencanto

Ressoa a solidão
durante o esclarecer...
Ressoa descompromissada
só'solidão
sem deliberação.

horizonte pra la da janela
que com olhos namorava.
passou uma morena.
que sorria tímida,
toda timidez é cara!

Ressoa a solidão
durante a comunhão.
Ressoa a merda da solidão
no estomago vazio.
Sem deliberação.

Solidão sem ceso
banal e imoral
mas é tu solidão,
que faz nós dois
quimera sem fim.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

ouie

a literatura esta escondida na mentira
aquela contata verdadeiramente
categoricamente
ousada
costurada explicitamente

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

sempre vai existir uma pequena fumaça na chaminé
um barraco entre as árvores, onde esteja segura
toda essa história do frio de Rio Grande
com esse mar conturbado e cínico

memórias e naufrágios mareados
e todo o grande turismo do desastre
das dunas poluídas
de aventuras inacabadas

e cassinos e jogos e o bingo.
Todo processo da história
dos museus e dos estudos
daquele mar congelante

num porto onde chegam
navios da Alemanha
cargueiros de Singapura
chega cargas da lua que afetam a maré.

Como teu cabelo se movia
parecido com ela, de certo era a lua
que nos transformava em lobisomens
deixava sedendo ao pecado

só as memorias
fazem ocasião a pirataria dos desejos
do homem

só as memórias

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

tão século 21

Vícios e gula, é uma pequena pincelada
de fome da alma.
acabará de perder um jogo, vício
da derrota ou da culpa, sou incapaz de aceitar
que existe genialidade individual?

que seja, me mexi inquieto e a fome se apoderou.
uma raiva desfigurou minha mão
e os deuses do estomago
gula, ansiedade
outros demônios
possuíram minha espaçosa barriga.

ou meu coração com pecados?
que seja.
Nada estava a disposição da alma
apenas musica.
Dessa vez matei a fome com sinfonias.

a satisfação da gozada auto induzida
na noite só e resmungona
onde agonizadoras aves noturnas
caçam
se deleitam.

não tenho certeza
se é o gozo que escorre quente pela minha virilha
suor
ou algum líquido viscoso que se descarta
com minha consciência


paro de me agitar, de mover as coxas arrepiadas
e sinto na minha mão
meu pênis amolecer
no mesmo tempo em que o próprio tempo
amolece

e as janelas, portas e pias de ceramica
no mais, se derretem como uma vela
que no calor
pinga no castiçal?
pinga no chão

pinga no meu pé.
Que calor
como pode o homem se queimar
com o próprio sêmen?