sábado, 29 de outubro de 2011

convêm e desconvêm

                Sai do banho, a tarde tinha sido insana e ruim, um sábado totalmente sem graça, sem sexo. Eu ainda estava molhado e sentia o meu cabelo duro ou algo assim – condicionador acabou – e molhado, não gosto de secar o cabelo então botei uma toalha em cima de minha cabeça e resolvi jogar, perdi dois jogos, o segundo por culpa minha, eu ando distraído com a chuva e as flores morrendo aqui do lado. Comprei um vinho, fui de cabelo molhado e sem cueca, estava com preguiça e queria tomar um vinho. Eu o comprei e o guardei. Vi alguns filmes, falei com algumas pessoas até que meu telefone tocou, fiquei excitado, eu queria transar com alguém então me masturbei. Botei musica e deitei; li um pouco de Bukowski, ele parecia deprimido, velho bêbado, estava sempre deprimido com seu nariz enorme e seus problemas com álcool.
                Fiquei excitado novamente e ainda estava sozinho então tirei o pau pra fora e me masturbei de novo, gozei na bermuda e limpei minha mão na cama, olhei o incenso, ele tinha acabado e eu estava bebendo vinho. Perdi a ordem de acontecimentos, mas foi nessa base, enchi mais um copo de vinho e olhei ao redor. Vou ao doctor, até logo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

parentes, esses parentes

Quero berrar,
Quero o vácuo me ouvindo,
Quero você tremendo
Com medo.

Eu quero isso,
Quero você longe,
Quero te mandar pra longe
Com minhas mãos

Úmidas do seu sangue,
Do meu sangue.
Não ligo,
Você é tão podre

E as náuseas que tenho
Com sua voz e sua risada;
Sua opinião é uma desgraça.
Morra!

Mas morra por minhas mãos
E grite implorando,
Veja se me importo,
Se te quero vivo.

Agora nem ligo
Essas tais morais
Essas leis que nos impedem,
Pouco me faz desistir.

Aqui você não passa de uma história
Nos meus contos,
Não passa de uma assombração.
Aqui morre a cada dia

E a cada dia lhe corto
De forma diferente,
Com uma lamina diferente,
UMA DOR DIFERENTE

E assim você vai morrendo aos poucos,
E o seu sangue apodrece,
Este sangue não é como o meu.
O seu apodrece

Como sua vida
Manchada e feia,
Eu gosto da minha vida
Sem nexo

Gosto das palavras que me tiram
A verdade de viver,
Ao seu redor
No seu enterro

Lagrimas de papel
Serão impressas,
Elas serão doces e felizes
Serão de alivio

E meu contentamento
Mesmo descontente
Será infinito.
E as estrelas se perguntaram

Porque estão em um numero
Tão pequeno.
Pareço um assassino
Mas já estou destruído.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mosquitos, malditos mosquitos, não valem nem correção

Não escolho mais as horas
De dormir e trabalhar
Nem de lembrar

Que vivo.
Os mosquitos ditam
Até a luz de meu quarto;

Antes fechado e fedorento,
Escuro.
Agora se atribuiu a luz

Vivo da  luz
Que me tira o sono
E me tira o dia

Faz-me viver
Na penumbra acessa
Estes mosquitos;

Putos de vida e morte
Tiram o dia e os prazeres
Retenho-os aqui na noite

E alguém esta a dormir
Bem sem eles
Este alguém
Que seu dia
Seja infernal
Como a noite clara

Que escurece meu sol
E empalidece meu rosto
Sem suor e sem rigor.

Lembro-me das tardes
Jogando e caminhando
Fazia frio, mas as sentia

Agora sinto picadas
Facadas e gozos
Sem risos sem barulhos

Apenas sussurros do meu corpo
Expurgando vidas
Sujando papeis

De tinta e de corpo
Sujando lenços
De porra e lagrima

Pra noite passar
O dia chegar
E talvez eu sestear

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Minhas Norns, minha's Maria's

Estou brabo
E irritado, doente
Do meu humor
Faço Satã fugir

Por entre seu próprio
Pecado
Temer e tremer
Pedir a mim misericórdia

Uso as palavras
Como facas
Para cortar a todos
E ver-lhe o sangue jorrando

Dessas entranhas
Fanáticas.
Eu estou suportado
Essa Vita

Que me suja;
E do pico eu furo
Parte a parte
Minha tragédia,

Dela monto historias
Sem emoção
E o coração
Apenas picos dolorosos

Traçado por “Norns”,
Invejosas essas três
Tais donas de meu destino
Essas três donas de ”ma vie

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Heluisa Castagnino

Algumas vezes
Odeio-te por inteira.
Assim de passagem,
Como roubei do mundo

Sua perfeição?
Quantas rosas eu roubei,
Com espinhos me cortei
Para a ti impressionar,

E quando sinto
Seu cheiro em minha cama,
Que desilusão ser apenas cheiro
E ainda ser teu

Quando tudo que queria
É que fosse apenas
Meu
Tudo isso que é teu.

E como me queixar a ti
Todas essas maravilhas
Que trouxeste,
Como lhe rogar:

“pare de apaixonar-me,
 pare de roubar  minhas noites
 e de surgir em meus sonhos
a assombrar-me com beijos e afogos”

Não quero nada alem desse
Dia que tive,
Desse sonho que terei,
E das noites que teremos.

Mas para que fizeste isso
A meu coração,
Roubaste assim
E o escondeste de mim?

Eis seu agora.
E sempre que cresce essa saudade
 Essa aflição e gosto pela dor
Tento te encontrar até no meu ar.

não preciso de ti, meu dia

Três anos
Onze dias
Estava tão quente
Que meu suor

Hidratava seu chão
Os mosteiros,
Índios e aquele campo
Imenso que parecia pequeno

A sua sombra
Cobria sol, nuvens e
A mim
Que era todo seu

Não sabia que plantaria
Meus tomates
Botaria pimenta
Em minha boca

Mas era meu aquele olhar
Era meu aquele desejo
De te tocar
De lhe amar;

Pouco lembrava
Que já amava.
Não me tocava
Que te amava.

Escurecia e sua sombra ia,
Ficava então você
Acenando toda boba.
Não era uma sombra.

Nem miragem
Era minha quimera
Ali acenando
Chamando meu desejo

O teve, o conheceu
O odiou tanto
Agora não acreditas
Nem neste amor

Nem neste desejo
Passaste tudo
Passaste a sombra
A noite

O amor já não se vê
Não se sente
Mas ainda existe
Essa droga de data
Datas nunca deixam de existir
O passado irônico
Sempre a sorrir
E lembrar que o dia vai surgir 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

IRRITADO, filhos da puta

“Quanto mais eu leio mais os odeio, Quanto mais escrevo mais me odeio”
                Sabe, odeio a dor em vocês, odeio a verdade que vocês acreditam e não gosto do cheiro de vocês, eu não gosto de como vocês tentam ser superiores uns aos outros
                Não gosto de como tentam ser importantes e como acham que um dia poderão ser e muito menos de pensar que quando mais fodido e mais sujo melhor escreve, você não se torna melhor por estar no lixo, nem por tentar, entenda isso, você é mais um merda no meio desse mundo que é uma merda e se você escrever a única coisa que vai mudar vai ser você e isso não é nada. Vocês lêem Bukowski ou lêem sobre algum escritor bêbado, ou Dostoievsky (agora não lembro se escrevi certo) e acham que são inteligentes ou que entendem o mundo.
                Que grande perda de tempo escrever isso e ficou um lixo, mas quero que entendam que vocês não são interessantes, não são nem legais e que eu perco meu tempo os lendo e ainda penso “sou tão ruim quanto vocês?”.
                Odeio-me por ser parecido, por escrever e tentar demonstrar o que sinto,na verdade eu sou diferente, não gosto de musica descolada e nem de conversas inteligentes ou assuntos importantes, na verdade eu não gosto de nada apenas aprecio o que me é dado, diferente que vocês que choram e reclamam e magoam-se.

domingo, 9 de outubro de 2011

Arranquei-a daqui e agora ela esta a morrer, logo ali

A rosa murcha
Você não vem
Como esta quente
Saio na rua e mal respiro
Esse cheiro de cidade
Esse fedor de cidade
Impregna tudo em mim
Mal saio do banho
E me sujo de vocês
Todos
Podres com esse cheiro
De uma cidade que os pertence
Sinto-me tão sem graça
Até me sinto com roupas
E conversando
Podia chover
Podia chover agora
E me deixar molhado
Eu precisaria tirar a roupa
Eu tiro a roupa
Tiro o cheiro
E tiro vocês

Rosa, minha rosa

Uma rosa não cura
Coração partido
Um desenho de rosa
Cura apenas
Um mal não resolvido
Sorria pra mim
Então minha linda
Tens o coração partido
E choras agora
Ou tens um falso amor
E sorri para mim?  

sábado, 8 de outubro de 2011

escombros

Quanto escombro
Em uma mesma vida
Essa minha vida
Esta toda quebrada       
Quero arrumá-la
Mas coisas quebradas
São mais interessantes
Elas tem até concerto 

que beleza essa que se enche de tristeza

Onde esta
Minha mãe de cristo.
Todas elas uma hora
Doam sua Venus.

Onde esta
As suas mãos
Que são como
Macieiras na primavera,

Ou no outono?
Permita-me te dizer,
Apaixonei-me
Pela sua tristeza suave

Por suas longas transinhas
E seu sorriso
Que és tão grande
E vivo a roubar.

Agora onde esta
Só vejo
Demasiado preto
E quieto.

Sempre soube
Naquelas longas
Quimeras que tive
Longe de ti,

Não serias igual
Ao mais doce
Não traria consigo
O vermelho da rosa.

Traz agora
O escuro
Que suga cada parte
Do que tens.

Não tire isso
Agora que assim
Abala-me,
Que continuo

A amar-te
E nunca deixaria de lhe
Admirar.
Meu lírio, você

Exala tal perfume
Que me incita
Como o rubro
Estimula o publico.

Poucos sabem
O touro vê apenas
O branco e o preto,
Como a vida.

Mas garanto a ti
Que de cego temos mais
Até mesmo do que
A cobra-cega.

Desculpe-me se fujo
De criticar minha
Fascinação por ti,
Mas deslumbro-me de medo.

Não me julgues,
Nem julgues a ti
És perfeita pra mim,
E o esboço de ti

É o mundo e as estrelas
A beleza das águas,
A suavidade da chuva
No agosto.

Então perdoe
Minha audácia
Seja minha e bela para sempre,
Mas seja minha Venus

Meu desejo e carne,
Necessito de tudo e
A tudo em você,
Inclusive suas verdades.

Peço-te seu mundo
Seus segredos,
Perca esta razão
Junto a mim.

Se afunde
No mais denso oceano
De perdições e impulsos,
Iluda-me com seu amor

E não me deixe nunca
Desacreditar
Mate-me antes disso
Mate-me e morrerei a te amar

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

linda ó linda


Olho ao redor
Esta em torno de trinta e sete graus
Muitas pessoas
Todas parecem nos julgar


Somos felizes
E bobos a pular
Ao redor do chafariz
Ao redor de um monumento estúpido


Ora Uruguai, ora Brasil
Eu estou lá e você esta cá
Perdido em outro mundo
Talvez o seu mundo, o mundo que eu queria


O sol faz gotas pingarem
Do meu rosto
De seu seio
Do nosso beijo


Desejei-me
Dentro de ti
E naquele banheiro
Sujo e podre


Estávamos lá
Olhando-se sem parar
Aquela intimidade
Seu corpo esculpido


Pelos meus olhos
Desejei sentir seu corpo
Ora, será que eu o sinto?
Será que me dispo


Para ti
Dando todo meu amor
Sentindo
O cheiro do seu suor


Minha mão deslizando
Por seu corpo
Agora
Por agora


Isso não basta
Quero berrar
Berre e faça-os
Ouvir


Quero que ouçam
Nossa paixão
A raiva
O sangue circulando


Fazendo seu peito
Bombear, surrar
E o meu sangue
Ser apenas


Que sangue
Nem o vejo
Nem o sinto
Me trouxe a exaustidão


Me trouxe a esperança
E agora
Dei-me vida
Novamente

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

somos de fases
nós que tentamos escrever
certos dias somos os melhores
e como neste aqui e em outros
estou sendo um dos piores
tanto faz
viverei de tanto faz
só assim
pra chegar
nos dias em que talvez seja
o melhor
e esses tanto faz que me seguem
serão então
a razão
a minha razão

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

abuse

tem flores desenhadas no meu braço
vento batendo na janela
insegurança batendo junto do medo
o amor, a dor e os sentimentos
alojados em mim
vão explodir
coração, peito, olhos
tudo que é seu
será agora de ninguém
nem minha pele
sera ainda minha
terás apenas meu amor
ainda ele e para sempre ele
e se tal te satisfaz
porque esta a me calejar ?
não falo de romance
falo d'eu e deu
por que és difícil amar-me
como amo a ti
dor
que felicidade é essa
de ser tão infeliz
tenho de flores, amores até
doces
e que tanto desejo é esse
de não ser nada
alem do nada
que se da pra ser
se pudesse então
esvaziava a mim
esgotava as lagrimas vermelhas
que passam entre minhas veias 
e talvez então
completo ficarei
serei do mundo
e o mundo quem sabe
sera meu
e essa chuva
levara cada parte de mim
a algum lugar
sobre a terra
entre o mar e no seu gosto
na sua água
não ireis embora
sereis eterno teu
eterno nosso
quem sabe até
feliz 

amor às pessoas

Ouriços do mar
Todos eles
Ensopados
De barro salgado

Fora de seu lugar
Esses ouriços
Morrem
Assim como

Eucaliptos
Que me sugam
O ar
Que voltem a sua terra

E junto convosco
Levem essa podridão
Que me cerca
E os sufoquem

Sendo dessa terra
Ou não
Pouco importa a mim
Junto com eles

Esta você eucalipto,
Você ouriço do mar
Que de nada servem
A não ser ocupar espaço

E sugar
Suguem então
Meu veneno
Até saciar-vos 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O tempo faz
Desfaz
Sei lá diabos
O que se faz

Com ele
Uso para limpar
Minha bunda
Enquanto olho

Minha merda
Descendo
Pelo tempo
Que perco

Perdendo o tempo
Com a merda
Que desce
Economizo

Neurônio
Para em algum tempo
Escrever algo
Alem do tempo

Mas se fores
Tarde
Então escreverei
Sobre ele novamente

Queixando-me
Sobre tê-lo
Perdido olhando
A merda descendo

domingo, 2 de outubro de 2011

Isso !

Cheguei em casa
Não queria ter saído
Descobri isso
Ou algo assim

Descobri muito
Fiquei inebriado
Não quero isso
Quero fim

Sorri pra não chorar
Mordi-me a boca
Até sangrar
Queria viver

Isso morreu
Rangi os dentes
E entre eles
Estava meu sangue

Apertei, tentei berrar
Perdi a voz
Queria gritar
Onde achar tudo

Que perdi
Em uma noite
Da qual tanto
Quero voltar

Aquele brilho
Dissipou-se todo?
Foi me tirado
O sonho e o sonhador

Nem jeito
Nem ajeito
Isso sim que
Perdeu o jeito

incompleto

Estava lá
Dentro de um ônibus
Meu banco era
Abaixo da roda
E fedia a merda

Tudo aquilo fedia
Minha volta pra casa
Minha noite
Talvez minha vida
Só queria uma chance

Um incidente
Que não acabasse
Não aconteceu
E ainda estou
Esperando-o

Talvez quem fedesse
Era eu mesmo
Talvez lá
Estivesse muito fechado
Para sentir qualquer

Não foi apenas no ônibus
Ou no primeiro
Devo ter sido
O dono do cheiro
Isso lembra

‘o cheiro do ralo’
Vinha da merda
E a merda vinha do cara
Aquele lugar

Aqueles baseados
O fedor de maconha
E de pessoas bêbadas
Felizes conversando
O meu fedor

Destacava-se entre
Todos eles
Pois os julgava
E os criticava
Mas eu estava

Naquele lugar
Olhando e pensando
E querendo estar
Queria.