Não escolho mais as horas
De dormir e trabalhar
Nem de lembrar
Que vivo.
Os mosquitos ditam
Até a luz de meu quarto;
Antes fechado e fedorento,
Escuro.
Agora se atribuiu a luz
Vivo da luz
Que me tira o sono
E me tira o dia
Faz-me viver
Na penumbra acessa
Estes mosquitos;
Putos de vida e morte
Tiram o dia e os prazeres
Retenho-os aqui na noite
E alguém esta a dormir
Bem sem eles
Este alguém
Que seu dia
Seja infernal
Como a noite clara
Que escurece meu sol
E empalidece meu rosto
Sem suor e sem rigor.
Lembro-me das tardes
Jogando e caminhando
Fazia frio, mas as sentia
Agora sinto picadas
Facadas e gozos
Sem risos sem barulhos
Apenas sussurros do meu corpo
Expurgando vidas
Sujando papeis
De tinta e de corpo
Sujando lenços
De porra e lagrima
Pra noite passar
O dia chegar
E talvez eu sestear
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