Querido diário
Esses homens que você expõe
Essas vidas que conheço
Sujam-lhe
São tão imundos quanto a tinta
De minha caneta
O beijo
Do súcubo.
Os segredos e os gostos
Fazem cachorros espumar
E fugir,
Lobos rugir
E todos os animais a se extinguir,
Não tento salvar-lhe,
Não vou limpar você
Mas vou sujá-lo mais
Pois essa fera
Irracional que esconde os desejos,
O único animal falso
No mundo
Que engana mais a si
Que ao mundo ao seu redor
Esta me matando
Com as verdades.
Que animal vaidoso
Achar que pode controlar
E amar sem enlouquecer
Que pode sentir sem doer
Até os cães choram, amigo
Até os elefantes esquecem,
Mas ele que trama
E se suja de lama
Nos seus desejos,
Nos seus gostos.
Amaldiçôo-te a viver como eu
Odiando a vida
Podando e queimando
O destino.
Que suas paginas fiquem
Amareladas
Com escárnio do que escrevo,
E sua desventura
Seja ser lida
Ao publico;
Não irão se embaraçar,
Já vão estar
Embriagados com
Suas verdades,
Suas morais sujas.
Saibas que até tu
É sujo, meu querido diário,
Vieste das arvores
Verdes e belas,
Você foi motivo
De um assassínio.
Você é tão sujo,
Quanto eu
Homem,
Homens que
Lerão.