domingo, 18 de outubro de 2015

ó O tempo

Não á saída
quando nos encontrarmos,
não a esquina que te tire
de minha vista.

Não tem voo, altitude
perigosa pra nossa
distância, não tem
voz rouca o bastante

Que faça grave a nossa
musica. Nem bebedeira
que entorte nosso sexo.
Eu só vejo um tiquinho

do passado cutucando,
vide na cabeça dolorida
Não escapo a sina
de te procurar em cada esquina.

Volta

Na ida e na volta
o calor é intenso
a chuva penetra na roupa
e no coro, eu peso.

o morro é íngreme
e a chuva cai fraca
em mil metros acima do mar.
O frio chacoalha

E minha roupa me cansa.
Cada passo é uma luta,
cada vício um mártir.
e as pétalas muchão

no topo, as rosas estão
todas machucadas
do frio que impregnou
meus dedos, mãos, peito.

que não saiu na escadaria,
não saiu na volta
onde as flores estavam lindas
e a chuva pairava fraca

sobre minha alma.
Incessante o riso do diabo
depois do pecado,
Incessante o riso do vigário.

Já passou calor e frio,
a nuca arrepia o espreitar do
sol entre as nuvens,
detentoras de minha escuridão.

Um mês

sem postar
sem entortar a cara.
A piá esta lotada de louça
no fogão tenho até ovo podre

A musica esta baixa
pra não acordar a senhoria do
aluguel, teimoso e atrasado.
O sol se afugenta da ilha

A água do mar esta fria e meu
papel higiênico acabou.
Não seria ruim se o chuveiro
não tivesse queimado.

Um mês amando
incondicionalmente a vida
me afugentando das palavras
das louças e das pias.

É também um mês sem ler
um romance daqui acola
É um mês sem vinho,
servindo o vizinho

com boas intenções.
É um mês da novela,
o grande "American Dream"
futicado em meu fígado.