quinta-feira, 20 de outubro de 2011

não preciso de ti, meu dia

Três anos
Onze dias
Estava tão quente
Que meu suor

Hidratava seu chão
Os mosteiros,
Índios e aquele campo
Imenso que parecia pequeno

A sua sombra
Cobria sol, nuvens e
A mim
Que era todo seu

Não sabia que plantaria
Meus tomates
Botaria pimenta
Em minha boca

Mas era meu aquele olhar
Era meu aquele desejo
De te tocar
De lhe amar;

Pouco lembrava
Que já amava.
Não me tocava
Que te amava.

Escurecia e sua sombra ia,
Ficava então você
Acenando toda boba.
Não era uma sombra.

Nem miragem
Era minha quimera
Ali acenando
Chamando meu desejo

O teve, o conheceu
O odiou tanto
Agora não acreditas
Nem neste amor

Nem neste desejo
Passaste tudo
Passaste a sombra
A noite

O amor já não se vê
Não se sente
Mas ainda existe
Essa droga de data
Datas nunca deixam de existir
O passado irônico
Sempre a sorrir
E lembrar que o dia vai surgir 

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