quinta-feira, 29 de novembro de 2012

muito velho esse conticulo.haha tentei arrumar mas foi falho.

impulsivo, incerto e condenado,
esse é o meu ato de amar.
e esse sou eu
medroso.

"            O relógio faz tic-tac repetidamente, o tempo não consegue se calar, me ensurdece, sussurro diante de eu mesmo em um espelho já abafado. Conseguia ver o vapor, conseguia sentir o cheiro abafado no ar, o frio que me tremia o corpo.
            Primeira publicação, olhei para escrivaninha, meu café, recém feito, já estava morno, mesmo intocado, o que escrevi até agora era desconhecido, estava em folhas velhas e rabiscadas, que haviam se perdido no tempo junto a mim, a aquele relógio e tudo na casa.
            Já são duas horas, a casa já estava ficando escura, a persiana se mexia com o vento, a pressa o perseguia, tinha apenas uma hora, para se arrumar, conseguirei? Movi-me rapidamente e de forma muito desastrada ate o guarda roupa, traças, pó, tudo se encontrava lá, indiferente de toda aquela casa já adepta á noite. Vestindo aquele terno que nunca me deixava. Dês de muito novo, me seguiu em bebedeiras e encontros, nas mentiras que rabiscava nos papéis. Parecia certo usa-lo, como se ele fosse o nariz do palhaço, o chapéu do cowboy, é ele era parte do meu personagem.
            Tic-tac, novamente aquele barulho perseguindo, o relógio agora gritava, com anseio, com cansaço. Ás três horas o editor chegara, o que ele falara? Sempre tive aversão a criticas, medo. Rascunhava em suas velhas folhas, tentava fazer o tempo passar, tudo estava congelado, tudo parecia estar sem vida, eu sabia que não era bom o bastante, mas ele disse que viria.
            Parece um suspense, são 14h23min e essa seria minha chance, não sabia o que fazer, seria como perder a virgindade? Como ordenhar as vacas do mundo? Serei um santo? Serei amado? Odeio a ti editor e ao relógio que não se cala.
            Ouço um ruído, o vento na cortina, persianas batendo, os barulhos parecem se encaixar ao bater do relógio, tic-tac, tic-tac, passa-se minutos, um em um, parece tortura, o tempo. Estava tudo frio, meu café amargo, frio e azedo servia as moscas que ali passavam.
            Espantado com o tempo, lavo o rosto, o sovaco, tiro o suor de meu corpo, o fedor de medo. Já o de insegurança, esse não sai. E todos viam, os peixes no aquário, o gato que estava à caçá-los e o passarinho a cantar, a me acalmar.
            Falta apenas 13 minutos, resolvi deitar no sofá, por alguns instantes e de repente silencio,  adormeci de forma seca e nervosa junto ao sofá, enrugado e fedido de suor.
            Em meu terno, aquele das grandes histórias e aventuras, dos sonhos e das promessas de futuro, nele que eu acordo, tão tarde, tarde para o sonho, tarde para o arranjo. Tachado de irresponsável, olhando para os lados o procurando achei apenas uma folha ao vento que nela dizia.
            Não cuide do tempo que passa, pois assim o perde para cuidá-lo de forma que não vai lhe sobrar nenhum.
            Arrumei o barulho do relógio, comprei um bom destilado e botei o pijama, mas o tempo?
parou, sem avisar, sem reclamar. "


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