lambendo a bunda
sentado na varanda
som alto, o minuto não tem fim.
todo dia
pode ser seu dia de cão
coçando as pulgas
rolando no chão
dia de cão
precisei dele hoje
e de alguns outros
noutros anos .
Nesse inverno o céu esta vermelho,
torrentes nas velhas telhas
da casa do meu pai,
de lajes e limos.
-uma história escorregadia
Parece não ter fim o nosso começo
um tilintar do vento
doce zumbido do frio e os anos passando
como uma trilha de formigas juntando migalhas
ananas, folhas, flores e restos.
a morte vira alimento nesses cantos
noutros tantos
desencantos.
e de repente toda rima deu lugar a lógica pálida
uma falsa colonização e um final sem cores
só um amontoado de palavras vazias pro ego fervoroso .
mil e uma lembranças e nenhuma dignidade
mas todas as dignidades e vontades do bem
cabem no vazio do meu peito.
de tão vazio inflo e canto e grito, solto um ar espeço
mas nada estridente
só o cão, no seu dia
é melhor que eu sendo cão e apenas
o cão da rua, que não é adestrado, medroso e de bunda limpa
nosso cu é tão sujo quanto a consciência mentirosa da verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário