até no bafejar do vidro
desenho
a nós.
até na lagrima borrada do palhaço
enxergo
seus choros.
e em qualquer sino
ouço teus berros;
cruéis.
no espelho
vejo
nossas faces
passadas, pesadas.
no banheiro escorre o
vapor e nele
crio desenhos
do seu seio,
de sua boca na minha.
em cada pedaço do dia
em cada terço que rezo
eu peco.
na vertigem e nos sonhos
você triunfa
e a razão se perde
explica-me então
como pode desilusão
dar-me esperança?
aos longos dias
que se passaram
desejo enfermo e amnésia.
e que seus dias sejam suaves
como as folhas
guiadas dentre as arvores,
que o vento
lhe de o gozo que um dia
me dera.
falo de ambos
do gozo
de ambos.
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